sexta-feira, 23 de julho de 2010

OS PERIGOS DA PROCRASTINAÇÃO

Há muitas maneiras de evitar o sucesso na vida, mas o caminho mais eficiente para isso é o caminho que leva à Procrastinação Crônica. Os Procrastinadores Crônicos são auto-sabotadores que colocam obstáculos para si mesmos o tempo todo, além de escolherem os caminhos que, invariavelmente, comprometem seu desempenho.

A procrastinação é algo até normal entre todos. Deixar uma tarefa ou outra de lado diante dos afazeres do dia-a-dia faz parte de nosso direito de escolha. Talvez você tenha escolhido ler este texto em detrimento de alguma tarefa que deveria fazer, mas esta opção, desde que não coloque em risco sua disciplina, é absolutamente normal.

O simples fato de uma pessoa se incomodar em procrastinar algo que deveria ter recebido sua atenção prioritária, como apertar o botão soneca do despertador, por exemplo, já é um fator que diferencia o procrastinador eventual, ou seja, a maioria das pessoas, dos procrastinadores crônicos.

Segundo levantamentos realizados por Joseph Ferrari, Ph.D., professor associado de psicologia na De Paul University em Chicago, nos EUA e Timothy Pychyl, Ph.D., professor associado de psicologia na Carleton University, em Ottawa, Canadá, vinte por cento dos adultos podem ser identificados como procrastinadores crônicos. Para eles, a procrastinação é um estilo de vida, embora, de fato, seja um problema de adaptação frente às responsabilidades da vida.

É fácil identificar os procrastinadores crônicos : geralmente são aqueles sujeitos que não pagam suas contas em dia, que declaram o imposto de renda muito em cima da hora ou atrasado, que perdem vôos e a revisão gratuita do carro, que paga a academia por meses mas não aparece a nenhuma aula, que falta às consultas médicas que foram marcadas, que deixam para fazer as compras de Natal na véspera. Enfim, um procrastinador crônico deixa tudo para o dia seguinte. Empurra tudo com a barriga e no final enfrenta uma forte tensão por não ter cumprido com seus compromissos.

A boa notícia é que a procrastinação é um mau hábito, ninguém nasce procrastinador. A procrastinação, no geral, é um legado cultural que vem, indiretamente, do meio familiar ou educacional do procrastinador. É, em muitas das vezes, uma resposta a um estilo autoritário dos pais e professores.

No ambiente profissional, a procrastinação representa um problema profundo de auto-regulação. Temos uma tendência natural em evitarmos tudo o que nos parece tedioso e isso é ainda mais profundo no procrastinador crônico. As tarefas rotineiras se tornam a menor das prioridades e são engavetadas no dia-a-dia até que se acumulam de tal maneira que trazem prejuízo à empresa, aos clientes e ao próprio procrastinador.

Procrastinação não é um problema relacionado à capacidade de gerir o tempo ou de planejamento. A procrastinação está ligada à escolha equivocada de prioridades. Os procrastinadores crônicos não são diferentes na sua capacidade de estimar o tempo, embora sejam mais otimistas do que os outros. Portanto, oferecer treinamentos de gestão de tempo, planejamento ou, simplesmente alertar alguém que procrastina corriqueiramente para comprar um planejador semanal, não surtirá nenhum efeito prático.

O desequilíbrio emocional é outro germe que pode desencadear o hábito da procrastinação. No ambiente de trabalho é comum que pessoas inseguras e deprimidas se tornem procrastinadoras crônicas, principalmente as que estão expostas a uma chefia autoritária, a fortes e constantes frustrações de expectativas. Estruturas corporativas autoritárias são usinas de procrastinadores crônicos ou circunstanciais e os prejuízos por isso são enormes.

O perfeccionismo exacerbado pode levar à procrastinação. A pessoa perfeccionista, por acreditar que necessita de mais recursos para executar suas tarefas, acaba postergando-as e, apesar de ter talento para tal, não consegue entregar os trabalhos da faculdade, os projetos no trabalho entre outros tantos afazeres que haviam sido combinados.


Um lado cruel da procrastinação é que esta prediz níveis mais elevados de consumo de álcool entre as pessoas que bebem. Procrastinadores crônicos tendem a beber mais do que os outros em função do acúmulo de problemas generalizados na auto-regulação de suas vidas. O mesmo pode ocorrer no que diz respeito ao consumo de substâncias químicas.

Mentir para si mesmos é a grande característica dos procrastinadores. A mentira clássica é "eu trabalho melhor sob pressão". Ou seja, uma forma de se justificar a mania de deixar tudo para depois. Mas, na verdade eles não ficam à vontade diante da pressão por conta falta de disciplina. Outra grande mentira que os procrastinadores crônicos se utilizam é a de que a pressão, em função do pouco tempo, os tornam mais criativos, mas o fato é que estes não têm motivação para serem criativos e acabam desperdiçando seus recursos com a procrastinação em si.

É comum procurarem formas de distração. No trabalho, a verificação constante de e-mail, navegação constante nos sites e nas redes sociais da internet é quase perfeito para este fim. Eles se distraem como forma de regular as suas emoções como o medo do fracasso.


Segundo estudos realizados ao longo de um ano, foram verificados que estudantes universitários que foram identificados como procrastinadores crônicos, apresentaram evidências de baixa imunidade, adquirindo resfriados e gripes com mais freqüência, além de problemas gastrointestinais. Outro fenômeno apresentado foi o elevado índice de insônia neste grupo.


A procrastinação tem um custo elevado tanto para os procrastinadores quanto para os outros. O procrastinador crônico inverte o ônus da responsabilidade para os outros e os que recebem este ônus se tornam ressentidos por isso. A Procrastinação destrói o trabalho em equipe no local de trabalho e também as relações privadas.


O procrastinador crônico pode mudar seu comportamento, mas isso consome muita energia psíquica. E isso não significa necessariamente que a pessoa venha a se sentir “transformado internamente”, pois na verdade a pessoa passa a se auto-regular aos poucos e os benefícios disso podem não ser muito percebidos de imediato. Por isso, é necessário que um procrastinador crônico seja acompanhado por um profissional de psicologia para que possa se submeter a uma terapia cognitivo-comportamental estruturada.


Um abraço,


Alberto Matos

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Competição x Colaboração


Olá,

Segundo José Antônio Rosa, professor de pós-graduação em Administração no Instituto Nacional de Pós-Graduação, jornalista, editor e consultor da Manager Assessoria em Recursos Humanos, está mais que provado que ter amigos e estabelecer relações de valor é melhor que subir um ou dois degraus de sucesso em detrimento d e coisas realmente importantes da vida.

As empresas e suas lideranças prestam desserviço às pessoas, a sociedade e a estas quando, em nome das metas estabelecidas, fomentam a competição interna entre os colaboradores, gerando lucros através de sofrimento desnecessário.

Para garantir a rentabilidade da empresa não são necessários nem produtivos que se deixe criar um ambiente competitivo. É pródigo o número de corporações com clima organizacional voltado a colaboração que tem excelentes desempenhos.

Abrir mão da competição interna não significa que as pessoas devem manter uma posição passiva diante dos desafios e aceitar tudo para evitar a competição com colegas. Pelo contrário, num ambiente voltado a colaboração é fundamental que as pessoas sejam pró-ativas, que questionem as verdades em busca de alternativas mais eficientes e mais rentáveis.

E, nesse sentido, é natural que haja algum grau de competição em busca do melhor para todos sem prejudicar o espírito de colaboração. Suponha-se que um colega tenha um objetivo pessoal e ilegítimo, tentando seduzir a empresa. A contra-argumentação se faz necessária. A questão fundamental é competir do jeito certo e pelas coisas certas.

Portanto, segundo José Antônio Rosa:

- Competir com colegas é personalização de objetivos, desvio que prejudica as pessoas e a organização. A competição é saudável quando é voltada a projetos, idéias, melhorias, e não as pessoas;

- Competir para tomar os melhores lugares igualmente é disfuncional para a empresa e cria competição entre pessoas. As empresas devem coibir esse tipo de situação que fatalmente chegara a baixeza. Ter legítimo interesse em galgar posições está correto, mas que isso advenha de melhores idéias, melhor desempenho, melhor contribuição para a empresa e o grupo.

Quem compete com colegas, mais cedo ou mais tarde acaba dando mais ênfase à briga que aos interesses da empresa e, paralelamente, essa pessoa acaba criando inimigos ou perdendo amigos. Mais cedo ou mais tarde poderá precisar deles, pois, só se cresce por meio de outros.

Um abraço,
Alberto Matos
beto@ilamp.com.br

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Beliscar ao longo do dia pode fazer muito bem à Saúde

Olá!

Nutricionistas identificaram que uma dieta fracionada em várias pequenas refeições ao longo do dia, ou seja, beliscar, é melhor que se limitar ao rigor das 3 refeições diárias. Beliscar é o método mais eficiente para controlar o peso e diminuir o risco de doenças do coração, além de conter as suas vontades.

Estudos que compararam 2 grupos de mulheres, apontaram que o grupo das que fracionavam sua alimentação diária em várias refeições leves e lanches rápidos no decorrer do dia, foram as que apresentaram maior perda de peso e menor porcentagem de gordura corporal.

Verificou-se que isso ocorre em função do nosso corpo estar mais bem adaptado a processar pequenas doses de energia e combustível ao longo do dia, do que assimilar uma grande quantidade de uma só vez, como tradicionalmente ocorre.

Ao fracionarmos a ingestão de alimentos em pequenas doses, várias vezes ao dia, provocamos uma aceleração do metabolismo, aumentando a queima de calorias e gordura e, de quebra, ajudando a melhorar a forma física.

O fracionamento dos alimentos não é um hábito novo para nós, nossos antepassados evoluíram comendo pouco e várias vezes ao dia, castanhas, frutas, raízes e pequenas caças. Eram raros os banquetes que reuniam vários tipos de alimentos em uma única refeição, como ocorre em nosso tempo.

O fato é que nosso corpo foi projetado para comer um pouco de cada vez, principalmente alimentos ricos em fibras e com baixo teor de gorduras. Uma alimentação muito diferente da que nos oferece a sociedade moderna.

Um abraço,

Alberto Matos

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Novas regras para planos de saúde entram em vigor hoje

Hoje entram em vigor os novos procedimentos médicos e odontológicos, estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) através da Resolução Normativa 211. São mais de 70 novas coberturas válidas apenas para os contratos celebrados a partir de janeiro de 1999, quando teve início a vigência da Lei 9.656/98, que regula o setor.


Entre os novos procedimentos constam exames para o diagnóstico de câncer de pulmão; cirurgias torácicas por vídeo; o teste de HIV para gestantes; e o transplante de medula óssea. Além destes há novos procedimentos odontológicos, com destaque para a colocação de coroa unitária e bloco dentário.


Veja abaixo a lista completa dos novos procedimentos:


PROCEDIMENTOS EM MEDICINA


1. DESOXICORTICOSTERONA

2. ACETILCOLINA, ANTICORPOS ANTI-RECEPTOR

3. AFÉRESE PARA PACIENTE ABO INCOMPATÍVEL

4. ANÁLISE DE MULTÍMEROS PARA PACIENTES COM DOENÇA DE VON WILLEBRAND

5. ANTICORPOS ANTIDIFTERIA

6. ANTICORPOS ANTIPNEUMOCOCO

7. ANTICORPOS ANTITÉTANO

8. ANTICORPOS ANTITRANSGLUTAMINASE – IGA

9. ANTIFUNGIGRAMA

10.ANTI-GAD

11.BIÓPSIA DE TUMOR DO MEDIASTINO POR VÍDEO

12.BRONCOPLASTIA E/OU ARTERIOPLASTIA POR VIDEOTORACOSCOPIA

13.BRONCOTOMIA E/OU BRONCORRAFIA POR VIDEOTORACOSCOPIA

14.BULECTOMIA POR VIDEOTORACOSCOPIA

15.CAPILAROSCOPIA PERIUNGUEAL

16.CISTO OU DUPLICAÇÃO BRÔNQUICA OU ESOFÁGICA – TRATAMENTO CIRÚRGICO POR VÍDEO

17.CONSULTA/SESSÃO COM PSICÓLOGO (COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO)

18.CROMOSSOMO PHILADÉLFIA

19.DESCORTICAÇÃO PULMONAR POR VIDEOTORACOSCOPIA

20.DRENAGEM DO PERICÁRDIO POR VÍDEO

21.DRENAGEM TUBULAR ABERTA DE CAVIDADE PULMONAR POR VIDEOTORACOSCOPIA

22.ESCLEROSE PERCUTÂNEA DE NÓDULOS BENIGNOS DIRIGIDA OU NÃO POR RX, US, TC, RM

23.ESTUDO DE ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS EM LEUCEMIAS POR FISH (FLUORESCENCE IN SITU HYBRIDIZATION)

24.Hepatite E (IGG e IGM)

25.IMPLANTE DE MARCAPASSO MULTISSÍTIO (COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO)

26.LINFADENECTOMIA MEDIASTINAL POR VÍDEO

27.MEDIASTINOSCOPIA POR VÍDEO

28.MEDIASTINOTOMIA POR VÍDEO

29.METASTASECTOMIA PULMONAR POR VIDEOTORACOSCOPIA

30. OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA (DUT)

31. PERICARDIOTOMIA / PERICARDIECTOMIA POR VÍDEO

32.PERICARDIOTOMIA COM ABERTURA PLEURO-PERICÁRDICA POR VÍDEO

33.PESQUISA DE SULFATÍDEOS E MATERIAL METACROMÁTICO NA URINA

34.PESQUISA DE TRANSLOCAÇÃO PML/RAR

35.PET-SCAN ONCOLÓGICO (COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO)

36.PLEURECTOMIA POR VIDEOTORACOSCOPIA

37.PLEURODESE POR VÍDEO

38.PLEUROSCOPIA POR VÍDEO

39.PROTROMBINA, PESQUISA DE MUTAÇÃO - COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO

40.RECONSTRUÇÃO, RETENCIONAMENTO OU REFORÇO DE LIGAMENTO

41.REMOÇÃO DE CABO-ELETRODO DE MARCAPASSO E/OU CÁRDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL COM AUXÍLIO DE DILATADOR MECÂNICO, LASER OU RADIOFREQUÊNCIA

42.RESSECÇÃO DE TUMOR DA PLEURA LOCALIZADO POR VÍDEO

43.RESSECÇÃO DE TUMOR DE MEDIASTINO POR VÍDEO

44.RESSECÇÃO DE TUMOR TRAQUEAL POR VIDEOTORACOSCOPIA

45.SEGMENTECTOMIA POR VIDEOTORACOSCOPIA

46.SIMPATECTOMIA POR VIDEOTORACOSCOPIA

47.TENDA PLEURAL POR VÍDEO

48.TESTE DE HAM

49.TESTE DO REFLEXO VERMELHO EM RECÉM NATO (TESTE DO OLHINHO)

50.TESTE RÁPIDO PARA DETECÇÃO DE HIV EM GESTANTE

51.TIMECTOMIA POR VÍDEO

52.TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA ALOGÊNICO

53.TRAQUEORRAFIA POR VIDEOTORACOSCOPIA

54.TRATAMENTO OPERATÓRIO DA HEMORRAGIA INTRAPLEURAL POR VÍDEO

55.TROMBOELASTOGRAMA

56.VITAMINA D3 COLECALCIFEROL (25-OH-D3)

57.PARVOVÍRUS B19 – IGG/IGM

PROCEDIMENTOS EM ODONTOLOGIA

58.CONDICIONAMENTO EM ODONTOLOGIA (COM DUT)

59.COROA UNITÁRIA PROVISÓRIA COM OU SEM PINO/PROVISÓRIO PARA PREPARO DE RMF (COM DUT)

60.EXÉRESE DE PEQUENOS CISTOS DE MANDÍBULA/MAXILA (COM DUT)

61.PANORÂMICA DE MANDÍBULA/MAXILA (ORTOPANTOMOGRAFIA) - (COM DUT)

62.PUNÇÃO ASPIRATIVA COM AGULHA FINA/ COLETA DE RASPADO EM LESÕES OU SÍTIOS ESPECÍFICOS DA REGIÃO BUCO-MAXILOFACIAL

63.REABILITAÇÃO COM COROA DE ACETATO, AÇO OU POLICARBONATO (COM DUT)

64.REABILITAÇÃO COM COROA TOTAL DE CERÔMERO UNITÁRIA - INCLUI A PEÇA PROTÉTICA (COM DUT)

65.REABILITAÇÃO COM COROA TOTAL METÁLICA UNITÁRIA - INCLUI A PEÇA PROTÉTICA (COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO)

66.REABILITAÇÃO COM RESTAURAÇÃO METÁLICA FUNDIDA (RMF) UNITÁRIA - INCLUI A PEÇA PROTÉTICA (COM DUT)

67.REDUÇÃO DE LUXAÇÃO DA ATM (COM DUT)

68.TESTE DE FLUXO SALIVAR

69.TRATAMENTO CIRÚRGICO DE FÍSTULAS BUCO-NASAIS OU BUCOSINUSAIS (COM DIRETRIZ DE UTILIZAÇÃO)

70.TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMORES BENIGNOS E HIPERPLASIAS DE TECIDOS ÓSSEOS/CARTILAGINOSOS NA MANDÍBULA/ MAXILA (COM DUT)

71.TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMORES BENIGNOS E HIPERPLASIAS DE TECIDOS MOLES NA MAXILA/MANDÍBILA (COM DUT)

72.TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMORES BENIGNOS ODONTOGÊNICOS SEM ECONSTRUÇÃO (COM DUT)


Alberto Matos

beto@ilamp.com.br


Alberto Matos é executivo da LAMP

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Como reduzir o crescimento dos gastos com o plano de saúde da sua empresa quando tudo a volta parece jogar contra?


É difícil abordar um tema tão complexo e importante sem ocupar muitas linhas ou ser objetivo o bastante sem ser simplista. Mas o fato é que o aumento dos gastos com assistência médica tem sido uma das principais preocupações das corporações nos últimos anos. Nos Estados Unidos este assunto é tão grave que há grandes empresas beirando a falência por conta do mau dimensionamento do risco que assumiram em tempos de bonança.


No Brasil, este assunto também tem tirado o sono de muitos executivos que não sabem como estancar os reajustes impostos pelas operadoras de planos de saúde em função dos índices elevados de sinistralidade que, de forma crônica, assolam os orçamentos das corporações.

Em geral e por motivos diversos, as empresas têm enorme dificuldade em equacionar este problema que teima em aparecer a cada aniversário de contrato com as operadoras de plano de saúde.

São várias forças atuando em um ambiente complexo, cada uma com interesses distintos e diferentes níveis de influência. Vejamos algumas delas:

Governo: interesse em repassar integralmente os custos de atendimento da população economicamente ativa para a iniciativa privada e auferir receita tributária através da saúde suplementar – alto nível de influência;

ANS: interesse em regular o mercado de saúde suplementar para que este ofereça coberturas nos mesmos moldes da seguridade social – alto nível de influência;

Justiça: interesse em garantir os direitos das partes envolvidas, sobretudo das partes mais fracas da cadeia – alto nível de influência;

Hospitais: interesse em manter elevados níveis de ocupação de seus leitos, centros cirúrgicos e utilização de seus recursos tecnológicos – médio nível de influência;

Laboratórios: interesse na alta utilização dos recursos diagnósticos instalados – médio nível de influência;

Médicos: interesse em diagnosticar e tratar/curar os pacientes utilizando-se dos recursos disponíveis – médio nível de influência;

Indústrias de equipamentos e farmacêuticas: interesse na utilização dos equipamentos / medicamentos desenvolvidos – médio nível de influência;

Fornecedores de insumos: interesse em fornecer os insumos manufaturados – médio nível de influência;

Operadoras: interesse em oferecer planos de assistência médica – médio nível de influência;

Corporações: interesse em contratar planos de saúde para seus colaboradores – baixo nível de influência;

Colaboradores: interesse pela cobertura dos planos de saúde – baixo nível de influência.

Neste ambiente inóspito, as empresas e seus colaboradores ficam espremidos entre as demais forças, tentando driblar toda a sorte de pressão que é exercida na forma final de reajustes de custos, co-participação, redução de abrangência da rede credenciada, dentre outros artifícios.
Nenhuma das forças que sufocam as empresas e seus colaboradores, contudo, apresenta soluções que sejam eficientes no combate ao aumento de custos e as empresas, em vão, tentam postergar aumento de custos com o menor impacto possível no nível de qualidade de seus programas, nem que para isso promovam transferências periódicas para outras operadoras que ofereçam condições de preço melhores.

Em verdade, essa prática é um tiro no pé da própria empresa que contrata planos de saúde, pois entre as operadoras não há grandes variações na expectativa de risco e na base de custos que corroboram para formação dos preços dos seus planos de saúde.

Mesmo que haja interesse comercial momentâneo por parte de algumas operadoras em crescer suas carteiras de clientes, estas sabem que ajustes futuros na base de preços de contratos novos serão necessários e ocorrerão.

É um ledo engano acreditar que com a outra operadora o resultado da tal da sinistralidade será diferente, caso não haja uma revisão do desenho do programa de assistência médica da empresa e, ainda assim, isso não é garantia de redução dos custos pois, se o nível de utilização é alto em uma determinada operadora, o que irá garantir que este nível se reduza em outra?

O fato é que o conjunto de dispositivos de contenção de custos possíveis e ou mitigação de risco através da gestão técnica e financeira do programa de saúde de uma empresa deve ser permeado pela gestão compartilhada com seus colaboradores, pois estes são os agentes da utilização efetiva do sistema e mantê-los alienados da importância de suas ações sobre o sistema implica na manutenção deste estado crônico de reajustes e crescimento constante e abrupto dos gastos com os contratos de planos de saúde.

A atuação racional do colaborador diante das demandas de saúde, a consciência e ação para que este promova sua melhor forma física e mental é que garantirá que o crescimento dos custos se desacelere de forma sustentável ao longo do tempo. Mas como conseguir este engajamento por parte dos colaboradores e seus dependentes?

Segundo alguns especialistas, o Brasil caminha para a chamada Terceira Geração da Assistência Médica, onde o foco das ações está no processo de educação dos usuários, premiando-os, de alguma forma, por promoverem seu próprio bem estar físico e mental, através da prática de atividades físicas regulares, de bons hábitos alimentares, do controle da pressão arterial e do IMC em níveis normais, do controle dos níveis de estresse entre outros.

As pessoas engajadas neste processo de promoção da saúde contribuem diretamente para a queda da sinistralidade e este grupo deve ser incentivado pela empresa e as ações também devem ser direcionadas para o crescimento deste grupo.

Este é um trabalho que apresenta resultados a médio e longo prazos, mas que serão perenes por atingirem o problema em sua origem, pois pessoas saudáveis tendem a utilizar menos os serviços de saúde e são disseminadores dessa cultura saudável em todo a organização.

A LAMP disponibiliza aos seus clientes empresariais um conjunto de programas voltados a promover a conquista de um modo de vida saudável de forma a alcançar o equilíbrio da sinistralidade dos planos de saúde.

Este conjunto de programas é denominado Lamp e Você® e oferece aos usuários apoio para superar os momentos difíceis e para a conquista de um modo de vida mais saudável, equilibrado e produtivo; possibilidade de ampliação da rede de relacionamentos e ganho de qualidade nas relações interpessoais e familiares e ampliação dos conhecimentos e do nível de consciência de si mesmo e do todo.

Caso tenha interesse em conhecer o Lamp e Você®, encaminhe um e-mail para mim que enviarei um sumário em pdf.

Um abraço,

Alberto Matos

beto@ilamp.com.br

Alberto Matos é executivo da LAMP, além de consultor em assistência médica e um dos responsáveis pela gestão do Lamp e Você®.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

O que leva o executivo brasileiro a trocar de emprego?

Segundo pesquisa realizada pela empresa de consultoria em recrutamento Robert Half com mais de 3 mil profissionais de média e alta gerência em 13 países, o brasileiro está entre os profissionais mais exigentes do mundo na hora de avaliar sua permanência em uma empresa.


Dentre os principais fatores de análise considerados pelos profissionais brasileiros, o aumento de salário aparece com 56% das respostas, seguido dos benefícios extras com 50%, horários flexíveis com 43% e treinamento com 40%.

Se comparado com profissionais de outros países, o profissional brasileiro demonstra maior preocupação com o desenvolvimento profissional. Um plano de carreira bem definido, foi apontado por 39% executivos entrevistados como fator primordial para permanecer na empresa, o maior índice entre todos os pesquisados.

A pesquisa realizada pela Robert Half ouviu executivos de média e alta gerência da Áustria, Bélgica, Brasil, República Tcheca, Dubai, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Espanha, Suíça e Holanda. As entrevistas foram realizadas no primeiro trimestre do ano. No Brasil, foram entrevistadas 227 pessoas.


Um abraço,
Alberto Matos


Alberto Matos é diretor executivo da LAMP.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Alto nível de estresse e pressão no trabalho tem maior impacto sobre a saúde das mulheres


Olá!
A revista Occupational and Environmental Medicine de Maio de 2010, apresentou os resultados de um estudo realizado na Dinamarca, em que um grupo de mais de 12 mil mulheres foram observadas durante 15 anos. O estudo indica que as mulheres expostas a trabalhos com alto nível de estresse e pressão, são mais suscetíveis a desenvolverem distúrbios emocionais e doenças físicas importantes e de alto risco.

Ao longo do estudo, as mulheres observadas responderam a questionários. Das que apontavam o alto nível de pressão em seu trabalho, 50% tinham maior risco de desenvolverem problemas cardiovasculares e emocionais, principalmente entre as entrevistadas com menos de 51 anos de idade.

O estudo indica que o efeito do alto nível de pressão e estresse no trabalho tem maior impacto sobre as mulheres mais jovens, confirmando os resultados de outros estudos realizados anteriormente que observaram os efeitos específicos por idade em homens e mulheres.

A pesquisa considerou ainda outros fatores, tais como ambientes psicossociais no trabalho, influência no emprego, características ocupacionais, níveis de atividades físicas durante o trabalho, tabagismo, índice de massa corporal, consumo de álcool e histórico familiar de doenças.

Dentre as mulheres que apontaram o nível de pressão do trabalho como alto todas apresentavam algum tipo de transtorno comportamental devido a distúrbios emocionais, 580 foram internadas com doença cardíaca isquêmica, sendo 369 casos de angina, 138 de infartos e 73 de outros casos.

O estudo ainda aponta algumas formas de intervenção que as organizações podem adotar para prevenir a evolução dos problemas para quadros mais graves. Essa intervenção deve ocorrer através da abordagem individual e também organizacional.

Na abordagem individual, além dos treinamentos contínuos voltados ao desenvolvimento de competências emocionais - assertividade, comunicação, competências, gestão do tempo, solução de problemas e gestão eficaz, é importante a implementação de programas de assistência psicológica ao empregado (EAP).

O EAP é um dos elementos mais importantes, tem como objetivo inicial apoiar os colaboradores em momentos de dificuldade, auxiliando-os a supera-las, mas ao longo do tempo este programa cimenta o desenvolvimento das competências emocionais de cada indivíduo.

O EAP serve de base para o Com Você®, programa exclusivo oferecido pela LAMP aos seus clientes, com o objetivo de assistir seus colaboradores e dependentes casos estes estejam passando por momentos difíceis e ou estressantes. O Com Você® ainda pode oferecer consultoria jurídica e orientação financeira.

No entanto, existem muitas fontes de estresse e pressão que o indivíduo é suscetível de perceber como fora do seu poder de mudança, como a estrutura, estilo de gestão ou cultura da organização.

Dessa forma é fundamental a abordagem organizacional, pois o principal objetivo da abordagem individual deve ser o de desenvolver habilidades e a confiança das pessoas para mudar sua situação, não ajudá-las a se adaptar e aceitar situações fatigantes.

Uma abordagem organizacional que se limita a ajudar aqueles que experimentam o estresse que é, em boa parte, causado pela organização é análoga à administração de emplastros para feridas, aliviando temporariamente seus efeitos, mas sem tratar as causas do dano.

Na abordagem organizacional, a observação de alguns princípios é fundamental para se seguir em frente:

- As condições de trabalho são adaptadas para pessoas com aptidões físicas e mentais diferentes;

- Ao empregado é dada a oportunidade de participar no desenho de suas atividades e nos processos de mudança e desenvolvimento que afetam o seu trabalho;

- A tecnologia, a organização do trabalho e conteúdo de trabalho são concebidos de modo a que o empregado não esteja exposto a ameaças físicas ou mentais que podem levar ao desenvolvimento de doenças ou acidentes.

- As formas de remuneração e a distribuição dos horários de trabalho são tomadas em conta;

- O trabalho deve proporcionar maior contato social, cooperação. Este deve ser coerente entre as diferentes operações;

- As condições de trabalho devem proporcionar oportunidades para desenvolvimento pessoal e profissional, bem como para a auto-motivação e responsabilidade profissional.

A organização deve, à luz dos princípios, avaliar o risco de estresse no local de trabalho considerando todos os aspectos envolvidos, desde sua concepção e gestão, bem como sua função social e organizacional. Embora a prioridade seja a prevenção, medidas de proteção e técnicas para gestão do estresse podem e devem ser introduzidas para controlar o risco.

A estratégia para a intervenção na abordagem organizacional pode ser dividida em seis estágios:

- Identificação das ameaças: Identificar com segurança os agentes estressores que existem em relação ao trabalho e suas condições e fazer uma avaliação do grau de exposição a estes;

- Avaliação de danos: Coletar evidências do quanto a exposição aos agentes estressores está associada ao comprometimento da saúde do grupo de indivíduos. Isto deve incluir uma ampla gama de resultados relacionados à saúde, incluindo sintomas de mal-estar geral e problemas específicos;

- Identificação dos prováveis fatores de risco: Explore as associações entre a exposição aos agentes estressores e as medidas dos danos causados, para identificar prováveis fatores de aumento no nível do risco do grupo, e fazer alguma estimativa do seu tamanho e/ou importância;


- Descrição dos mecanismos subjacentes: Compreender e descrever os possíveis mecanismos pelos quais a exposição ao estresse está associada à danos a saúde do grupo avaliado;

- Auditoria e apoio aos sistemas de gestão instalados: Identificar e avaliar todos os sistemas de gestão, tanto em relação ao controle do estresse e da experiência de estresse no trabalho, e em relação à prestação de apoio para os empregados com problemas.

- Recomendações sobre o risco residual: A organização deve assumir o controle da gestão dos sistemas de apoio existentes ao empregado e em conta própria. Deve fazer recomendações sobre o risco residual associado com o risco provável de fatores relacionados ao estresse no trabalho.

A intervenção de sucesso resulta na conquista de uma cultura de abertura e compreensão, ao invés de culpa e crítica, com impactos positivos na qualidade de vida de seus colaboradores, na produtividade, na qualidade dos processos, produtos e/ou serviços, nas margens de lucro e na imagem da empresa diante mercado em que atua e do público em geral.

Mas para construir essa cultura é necessário que o modelo venha de cima para baixo, onde o exemplo dos dirigentes da organização seja fator motivador da mudança junto aos colaboradores, bem como o monitoramento constante dos objetos e níveis de tensão, através dos instrumentos de gestão dos níveis de estresse e pressão.

Um abraço,

Alberto Matos
Alberto Matos é executivo da LAMP e responsável pela gestão do Com Você®, programa exclusivo de assistência psicológica que a LAMP oferece aos seus clientes.

NOVO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Olá!

O novo Código de Ética Médica que está em vigor desde 13 de abril é o resultado de 2 anos de debates entre Conselhos Regionais de Medicina, Entidades Médicas, médicos e as instituições científicas e universitárias.

O texto traz princípios fundamentais e ampliação dos direitos dos médicos, mas tem como contrapartida o esclarecimento de seus deveres.

O Código de Ética Médica trata-se de um ato normativo e não legislativo, portanto não é Lei Ordinária. Este foi publicado através de uma Resolução do Conselho Federal de Medicina (RN-CFM nº 1.931 de 17/09/2009).

Dada a tipificação do Código de Ética Médica, é cabível ao juiz de direito utilizar-se do Código quando for constatado vazio legal em questões que envolvam a prática médica, a fim de promover seu melhor juízo de valor.

Questões relativas a autonomia do paciente, seu direito a informação, bem como avanços tecnológicos (Telemedicina), uso de seres humanos e animais em pesquisa, tratamento de pacientes com doenças em estado terminal ou incuráveis, recomendações explícitas sobre os tratamentos de fertilização, entre outros pontos, foram alvos de maior atenção da banca que redigiu o novo texto normativo.

Partindo do pressuposto de que a criança tem o direito de saber o que será feito com o seu corpo, o Código faz recomendações expressas aos médicos para que colham o assentimento do menor de idade em qualquer ato médico a ser realizado, mesmo que este esteja representado pelos pais.

Foi proibida a permissão de manuseio e conhecimento dos prontuários médicos por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional, quando da responsabilidade do médico. Adicionalmente há a necessidade de que este, assim como receituários e demais documentos emitidos pelo profissional médico, sejam grafados de forma legível a todos.

Por fim, é possível afirmar que o novo Código foi enriquecido com textos que beneficiam ao profissional médico e a sociedade, uma vez que os deveres dos médicos em relação aos pacientes foram reforçados com redação mais justa e clara.

Um abraço,

Alberto Matos


Alberto Matos é executivo da LAMP e está a disposição para trocar idéias com você sobre este e outros assuntos.

Em breve o mundo será dos nossos avós

Olá! Tudo bem?

Dia desses um amigo me mandou um e-mail chamando minha atenção para uma reportagem de O Estado de São Paulo datada 04 de abril. A reportagem da conta de que em 14 anos a população da cidade de São Paulo terá mais idosos que crianças. Essa informação é resultado de um estudo realizado pelo SEAD a pedido de O Estado de São Paulo.

Segundo projeções do SEAD a população paulistana com 60 anos soma 1,3 milhão de pessoas, projetando para 2024 um número maior de idosos (2,2 milhões) frente a população de jovens com até 14 anos (2,13 milhões). A reportagem ainda cita que o número médio de filhos por mulher na capital Paulista, caiu de 2,2 para 1,9 nos últimos dez anos, resultando em uma redução de 14%. Em se mantendo esse ritmo, o índice será de 1,64 filhos por mulher em 2017.

Como quero viver bastante e ajudar a engrossar essa fileira me achei no dever de investigar melhor tudo isso e verificar qual o preço que irei pagar por te esse objetivo. Então tratei de ir atrás de algumas informações e vejam só. O fato é que essa não é uma realidade só da cidade de São Paulo mas das grandes cidades como um todo e mais, do mundo e a uma velocidade assustadora.

As vésperas do século 21 a ONU virou seus olhos para essa questão que até então estava limitada ao âmbito de órgãos auxiliares e em 2002, em evento realizado na Espanha, contando com a presença de delegações de inúmeros países lançou o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento, que dentre outras tratativas e artigos dispõem de 66 recomendações referentes as áreas de saúde e nutrição, proteção ao consumidor idoso, moradia e meio-ambiente, família, bem-estar social, previdência, trabalho e educação, criando por assim dizer regras que servem de base para o que os especialistas chamam de Economia da Longevidade.

No Brasil a situação é crítica e merece toda a atenção deste e dos futuros governos, nas esferas federal, estadual e municipal. As projeções da ONU realizadas em 1998 se confirmaram: indicavam que em 2000 o Brasil teria uma população 170 milhões de habitantes, dos quais 49 milhões com menos de 15 anos de idade e 8,7 milhões acima de 65 anos. A ONU ainda previu que em 2050 a população brasileira chegará a 244 milhões de pessoas, o que não é muito se comparado com outros países com dimensões geográficas semelhantes, com 49 milhões de jovens com até 15 anos de idade e 42,2 milhões de idosos.

Por conta do diferencial de taxas de crescimento entre os dois grupos, o jovens que em 2000 representavam 28,8% da população brasileira, em 2050, passarão a responder por 20,1%, em contraste com a participação da população idosa, que em 2000 correspondia míseros 5,1% da população total do País e hoje corresponde a 9%, em 2050 participará com 17,3% do contingente nacional. Pois é, se antes os idosos eram relegados ao canto da casa, hoje e no futuro serão presença constante entre a população.

Outro dado importante dá conta de que os idosos representam 11% da população mundial (770 milhões), sendo que desse total de idosos, 35% se encontram, veja só, nos países que formam o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), sendo Brasil: 6% (17 milhões), Rússia: 9% (25 milhões), Índia: 31% (85 milhões) e China: 54% (145 milhões).

Entre os países do BRIC, a Rússia se destaca por deter o maior índice de envelhecimento, uma vez que lá, o processo de queda de fecundidade se iniciou muito antes dos demais países do bloco. A população de idosos da Rússia já é maior que a de crianças e sua participação no total da população é de 13,2% contra apenas 5,2% na Índia, 9% no Brasil e 11,3% na China.

Muito bem, já dá pra ter uma boa noção de que o envelhecimento da população do planeta já está ocasionando profundas alterações na economia mundial, na ordem social e em nosso dia-a-dia. Com isso as questões e regras tratadas pelo Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento editado pela ONU devem ser alvo de discussão e rápido equacionamento, mas como fica o Brasil? Quais os impactos?

Bem, diferentemente das nações mais ricas, o Brasil já tem um enorme desafio econômico diante desse quadro de transição do perfil populacional. Os países desenvolvidos cresceram economicamente e depois passaram a envelhecer de forma lenta e gradual, enquanto que o Brasil, e os demais países do mundo, estão envelhecendo rapidamente sem terem conseguido, na sua maioria, um mínimo de desenvolvimento econômico. A França levou 115 anos para dobrar a proporção de idosos na sua população enquanto que o Brasil conseguiu este feito em, pasmem, menos de 20 anos.

Diante deste quadro temos como desafio o financiamento da seguridade social. Questão ainda não equacionada e, aliás, que está longe disso. É fato que o modelo atual já padeceu e não está capacitado para lidar de forma efetiva com a futura população idosa, num cenário de ainda baixo crescimento econômico se comparado a países como China, Índia e até mesmo os Estados Unidos pós-crise, bem como da crescente informalidade que permeia o mercado de trabalho nacional, cerceando ainda mais a possibilidade de capitação de novos recursos. Além disso, a transição demográfica já está exercendo fortes pressões sobre diversas áreas para que estas atendam as necessidades da população idosa, tais como a necessidade de vagas em escolas, além de demandas por postos de trabalho, por leitos hospitalares e assistência médica especializada, atividades culturais, opções de laser, entre outras.

Porém, se de um lado a transição demográfica ensejará fortes desafios ao País, de outro, serão estes desafios que poderão gerar oportunidades que permitirão ao Brasil incrementar o crescimento de sua economia e do bem-estar social da população. Este momento, dado o ambiente político e econômico atual, é favorável e se mostra pertinente, antes de tudo, às políticas públicas no que se refere a população jovem, mais pelo estoque da população a ser atendida do que pela redução do seu ritmo de crescimento. Onde, aliás, os investimentos já estão ocorrendo em alguns locais, como é o caso da amplicação das FATECs em São Paulo.

Nesse cenário, o ensino médio e profissionalizante assume importância fundamental na nova realidade econômica. Quando os requisitos para inserção no mercado de trabalho têm se sido cada vez mais rigorosos. Portanto, urge a necessidade de um planejamento adequado que aproveite do dividendo demográfico para resolver ou reduzir problemas sociais históricos e promover o crescimento econômico de que o país necessita para o futuro.

Segundo palavras de Norma Herminia Kreling, Socióloga e Técnica da FEE (Fundação de Economia e Estatística) do Estado do Rio Grande do Sul, “Será decisivo, para equacionar a questão dos idosos, uma rigorosa política de investimentos no curto prazo na população jovem pobre, com o objetivo não só de garantir sua sobrevivência hoje, mas, principalmente, que crie condições para sua mobilidade social, possibilitando sua definitiva inclusão social no futuro”. A formação efetiva de jovens bem preparados para ingressarem no mercado de trabalho, a exemplo do que ocorreu na Índia, poderá ser uma forte ferramenta para a construção de elementos para se obter crescimentos fortes e sustentáveis no longo prazo e que permitam a instalação das políticas necessárias para a nova realidade demográfica.

Fora da esfera pública, já é possível também, identificar mudanças profundas no comportamento dos mercados, pois mais de 65% dos idosos são os mantenedores financeiros de suas residências. Entre 1991 e 2000 a renda média dos idosos também cresceu em termos reais e cresceu fortemente, batendo a casa de 64,25% e entre 2000 e 2008 o crescimento acumula mais de 20%. Suscitando, em especial nas grandes redes varejistas, um forte trabalho de marketing para oferecer produtos a esse público que tem como principal característica a fidelidade e o fato de serem bons pagadores.

Hoje, apesar de ainda estarem longe de atingir toda essa população, já há uma gama de produtos e serviços específicos voltados às necessidades dos idosos, desde calçados, mobílias, artigos de saúde e nutrição, entre outros, até planos de saúde, clínicas especializadas, condomínios de moradia para terceira idade. O mercado tem se mostrado estar muito atento às novas necessidades de consumo e serviços e tem criado uma série de novidades para esse público.

Linhas de crédito específicas para aposentados foram a coqueluche entre 2006 e 2008, fato que, aliás tirou o sono de muitos idosos que, num primeiro momento, ficaram encantados com a enxurrada de crédito barato, mas que depois cobrou se preço pela falta de planejamento financeiro e censo de urgência.

Mas as instituições financeiras não oferecem somente crédito consignado com parcelas pequeninas para pagar a perder de vista. Os bancos possuem uma gama interessante de linhas de investimento para investidores da terceira idade com perfil de conservador a moderado. As seguradoras desenvolveram produtos de seguro de vida com taxas mais baixas acoplados a sorteios mensais, esses seguros são ideais para o idoso que é responsável financeiro por terceiros e que anseia por assegurar o futuro dos que dependem de sua renda quando da sua falta.

O assunto é tão sério que a UFRJ recentemente lançou a primeira tábua biométrica nacional. Até então, as seguradoras e entidades de previdência privada brasileiras utilizavam tábuas americanas que estavam longe da nossa realidade. A tábua biométrica tem como função servir de base para se calcular o risco de morte no caso do seguro de vida e de sobrevivência no caso da previdência privada.

Com isso, particularmente a previdência privada, sofrerá alterações significativas na sua grade de preços, pois com o envelhecimento da população, a massa de recursos necessários para se garantir a renda futura necessária deverá ser maior.

Portanto Senhores pais, já dêem o primeiro passo educando seus filhos para que aprendam a poupar e a previdência privada é a melhor forma de poupança para quem pensa em garantira segurança financeira no futuro cada vez mais distante da maturidade plena.

Já aos jovens que se habilitaram a ler este artigo, fica a dica de que quanto mais cedo começarem a guardar uma fração pequena de 4% a 6% de seus rendimentos mensais, mais cedo estarão assegurando seu conforto financeiro no futuro. Faça as contas: se você ganha um Salário Mínimo por mês, basta abrir mão de R$20 a R$30 por mês para depois de 30 ou 40 anos de contribuições ininterruptas, desfrutar do enorme bolo de dinheiro que estas pequenas parcelas de sua renda mensal formaram.

O envelhecimento da população deve ser comemorado sim. Com isso, o brasileiro aprenderá a dar o devido valor aos que ajudaram a construir o país, respeitando e zelando pelo bem estar e dignidade dos seus jovens e sábios anciãos.

Que bom podermos ter nossos pais mais tempo ao nosso lado e ao lado de nossos filhos. Aprender ainda mais com os relatos de suas experiências e bebermos de sua sabedoria. Ainda mais reconfortante é nutrir a esperança de um convívio mais longo com nossos filhos, netos e até bisnetos e assim como nossos pais, podermos colaborar com eles transmitindo-lhes nossas experiências, nossos conhecimentos, nossas filosofias de vida, para que, de alguma sorte, possam ser melhores do que nós fomos.

Um abraço,

Alberto Matos


Alberto Matos é executivo da LAMP e responsável, dentre outras coisas, por Previdência Privada e Seguros. Depois deste artigo está fazendo planos para se tornar um idoso daqueles.